Este causo é daqueles que "acaba" com nosso dia...
Nossa escola possui muitos alunos com necessidades especiais, desta forma cada sala tem pelo menos um aluno com algum tipo de necessidade especial, no entanto nem todos possuem laudo, a escola e os professores tentam encaminhar estas crianças para especialistas que possam diagnosticar e apresentar um laudo a respeito do que a criança tem, o que facilitaria a forma como trabalhamos seu desenvolvimento cognitivo, social e emocional, mas nem sempre as famílias estão dispostas a buscar o melhor para estas crianças ou saber o que elas realmente tem, o que significaria mais responsabilidades e um atestado de que o filho tem uma necessidade especial!sAssim, sem o laudo, vamos tateando no escuro e buscando alternativas pedagógicas...
Dentre estas crianças temos uma que a três anos esta conosco e logo que chegou a nossa escola percebeu-se que ele devia ser portador não apenas de necessidades especiais, mas também de " necessidades sociais", sempre utilizava a mesma roupa a semana toda,apesar dos inúmeros uniformes que recebeu, o mal cheiro era insuportável, a ponto de mosquitos sobrevoarem sua cabeça, assim solicitavámos constantemente que as inspetoras dessem banho na criança e trocassem suas roupas, fato que nunca foi questinado pela família da criança, outro fator que nos impressionava é que ele mancava, no entanto tal dificuldade não foi relatada pela mãe quando fez sua matrícula! Qual não foi nossa surpresa quando a mãe foi chamada para conversar?! Além da mesma aparência de falta de cuidados com a higiene pessoal, a mãe possuia uma deficiência em uma das pernas, que lhe fazia mancar, além de permanecer com um dos braços voltado para trás e a dificuldade em se comunicar, em pronunciar as palavras! Assim descobrimos que a criança estava fazendo uma doença física e mental, devido ao espelho com o qual convivia!
mother and son practice pilates for pregnancy - _MG_2985.JPG, upload feito originalmente por sean dreilinger
Esta criança veio evoluindo durante estes anos em nossa escola, apesar da ausência da família no que tange a saber de suas evoluções, aprendendo a falar, a caminhar sem mancar, o que lhe fez aprender a correr - ele percebeu que não tem esta deficiência motora - foi algo emocionante, e ele sempre esta correndo, seja no parque, no pátio ou na sala de aula... Outra evolução importante desta criança foi a produção de desenhos pré-esquemáticos, e a compreensão e respeito, à algumas regras do grupo, já que ele sempre se valeu de sua necessidade especial, não laudada, para ter algumas regalias, sabemos que ele esta na escola para ser igual, mas é inerente a nós sermos mais permissivos com nossos alunos que apresentam necessidades especiais.
Este ano tivemos na rede municipal o programa Aprendendo com saúde, no qual as crianças ,com autorização dos pais ou responsáveis, foram examinados por pediatras, e encaminhados para fonoaudiólogos ou psicólogos, tal encaminhamento podia ser feito também por indicação dos pais ou dos professores, além do próprio pediatra,e a criança era atendida de imediato! Ao atender esta criança a pediatra não percebeu nada, até por ser um exame de certa forma superficial, e a necessidade dele não é física,assim ele pronunciou algumas palavras que aprendeu este ano e foi examinado fisicamente, mas a professora ficou atenta, questionou a pediatra e indicou a necessidade da fono e do psicólogo, a mãe e o pai chegaram a ir embora com a criança, a escola ligou e pediu que eles voltassem para outras consultas - não podíamos peder a chance de comprovar nossas suspeitas! A psicóloga ficou surpresa com as visíveis dificuldades apresentadas pela criança e por seus pais, tendo também se surpreendido com o despreso do pai pelos relatos da professoraem relação as peripécias do filho,chegando a achar engraçado! A psicóloga solicitou acompanhamento do Conselho tutelar, bem como encaminhou a família para tratamento...
Este ano tivemos na rede municipal o programa Aprendendo com saúde, no qual as crianças ,com autorização dos pais ou responsáveis, foram examinados por pediatras, e encaminhados para fonoaudiólogos ou psicólogos, tal encaminhamento podia ser feito também por indicação dos pais ou dos professores, além do próprio pediatra,e a criança era atendida de imediato! Ao atender esta criança a pediatra não percebeu nada, até por ser um exame de certa forma superficial, e a necessidade dele não é física,assim ele pronunciou algumas palavras que aprendeu este ano e foi examinado fisicamente, mas a professora ficou atenta, questionou a pediatra e indicou a necessidade da fono e do psicólogo, a mãe e o pai chegaram a ir embora com a criança, a escola ligou e pediu que eles voltassem para outras consultas - não podíamos peder a chance de comprovar nossas suspeitas! A psicóloga ficou surpresa com as visíveis dificuldades apresentadas pela criança e por seus pais, tendo também se surpreendido com o despreso do pai pelos relatos da professoraem relação as peripécias do filho,chegando a achar engraçado! A psicóloga solicitou acompanhamento do Conselho tutelar, bem como encaminhou a família para tratamento...
Agora,diante de tudo isso, vou contar o causo...
Justice, Not Only Blind, But Deaf And Dumb Too,
upload feito originalmente por Cayusa
Dia desses os pais foram buscar a criança, e logo foram acusando uma das professoras da turma a qual ele pertence de bater em seu filho, no entanto quase todas as professoras de nossa escola dobram o período, assim ela estava dando a saída de outra turma na sala em frente, ouviu a acusação e logo foi de encontro aos pais questionar a história e se defender! Perguntou ao aluno se ela batia nele, claro que ele desviou o olhar e se pos a correr pela escola,o pai logo afirmou: " meu filho não mente!A professora disse ainda que se ao falar que ela batia ele estivesse se referindo ao fato de ela levá-lo até sua cadeira pra realizar as atividades,durante várias vezes no dia ,isso realmente ela fazia porque a criança costumava sair da sala sem avisar, correr pela escola,pela sala de aula e trangredir regras e combinados da turma,mas que jamais bateria num aluno! Dai a professora que estava com a turma neste horário ainda acrescentou que a criança tinha até privilégios devido as suas necessidades especiais! O pai disse: "meu filho não tem nada! Ele é normal"! E em tom de desdém disse que " estava averiguando a conduta da professora", diante desta "ameaça " as professoras sugeriram que eles fossem conversar com a coordenadora pedagógica, ele se negou, e saiu repetindo "que primeiro iria averiguar".
É nesses momentos que ficamos tristes, pois esta é uma criança que
todos os funcionários cuidam, todos sabem o nome, até as outras
crianças o protegem e são solidários, pois nós ensinamos diariamente
respeito com todos e principalmente com os "amiguinhos especiais".Os professores buscam soluções para tornar seu desenvolvimento mais qualitativo,conversam com os pais,conversam com a coordenadora,buscam soluções em grupo, pedem encaminhamentos,realmente se preocupam com a criança, e os pais num dia depois de três anos de escola resolvem " duvidar da capacidade,do profissionalismo deste professor" e de todos os profissionais da escola, duvida que nos faz questionar por breves segundos se vale a pena continuar... Mas logo somos arrebatados novamente pelo amor por nossa profissão!
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