Elas têm muito em comum conosco. Afinal, como a gente, são mamíferos: têm sangue quente, cuidam dos seus filhotes, os alimentam com leite... Ao contrário de nós, porém, vivem no mar. Mas não é que têm pulmões e, por isso, precisam subir à superfície de vez em quando para respirar o oxigênio do ar? Nesse sentido, agem como os golfinhos, os elefantes-marinhos, as focas... Animais que, como elas, também podem encalhar nas praias: estamos falando das baleias!
Quer saber por que isso acontece com esses animais? Então, preste atenção: tudo começa no inverno das regiões polares. Nessa época, a comida diminui na Antártica, assim como as temperaturas, que já são bastante baixas. Então, as baleias migram até regiões mais quentes, localizadas nos trópicos, como o Brasil. Nesses locais, têm seus filhotes. Porém, quando começa o verão nas regiões polares, elas voltam ao seu lar, já que, nessa estação, a quantidade de sol e de comida aumenta ali. E é nas idas e vindas da Antártica que os problemas começam...
Nos oceanos tropicais, há muitas ameaças às baleias, como o encalhe nas praias, que pode ocorrer por diferentes motivos. Um deles é a infecção por parasitas. Se eles se instalam no ouvido da baleia, podem causar um distúrbio em um sistema de canais que existe ali e é responsável por orientar o animal: o labirinto. Desorientado, ele tende a navegar em águas mais rasas e se atola em bancos de areia.
Mas não é só. As baleias podem encalhar por inexperiência – o que, acredita-se, acontece com as baleias jubartes jovens – e também após se enroscarem em alguma rede de pesca solta em alto-mar. Presas nessas armações, elas não conseguem ir à superfície para respirar e acabam se afogando. Muito debilitadas, afundam, bóiam e pela ação dos ventos e correntes marinhas são lançadas nas praias. Como estão feridas e são muito pesadas, não conseguem sair dali, ficando encalhadas.
Infelizmente, quando não são socorridas a tempo, as baleias morrem. Neste caso, porém, se tornam fontes de estudo para os biólogos. Analisando os mamíferos marinhos, os especialistas podem descobrir, por exemplo, o grau de contaminação da água dos oceanos. Tendo essa informação, é possível tomar medidas para reduzi-la, ajudando a melhorar a qualidade de vida de outros bichos que vivem no mar.
Jailson Fulgêncio de Moura,
Grupo de Estudos Marinhos da Região dos Lagos e
Laboratório de Ecologia,
Escola Nacional de Saúde Pública,
Fundação Oswaldo Cruz.
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