Disciplina: EIC 4 - Educação Infantil e a Criança com Necessidades Especiais.
O texto “O discreto bater de asas de anjos” de Rubem Alves, nos conta que indivíduos com Síndrome de Down não conseguem, nem aprendem a ser desonestos como os demais indivíduos. A leitura me propiciou a percepção, mais clara, a respeito do fato de que ensinamos às crianças a “arte de fingir”, pois elas, não sabem mentir, ou fingir uma emoção, um desejo, um sentimento, somos nós, tanto em casa, quanto na escola, que ensinamos o quão interessante pode ser esta aprendizagem. No entanto aprender a mentir tem limites, pois o corpo, como afirma Rubem Alves, no texto, “carrega duas caixas na inteligência: a caixa de ferramentas e a caixa de brinquedos”, sendo que nesta caixa de ferramentas ficam guardadas todas as aprendizagens úteis. Assim, nas salas de aula, os indivíduos fingem que aprendem o que não tem utilidade, ou significado para eles, mas este conhecimento não fica armazenado na caixa de “ferramentas” e logo é descartado. Já o indivíduo com Síndrome de Down não consegue fingir que aprendeu, que gostou, que aceitou (fato que também dificulta sua inclusão nesta sociedade acostumada a fingir!), ele apenas se recusa a prosseguir, e essa intolerância “ao fingimento” é o nosso termômetro para o trabalho que desenvolvemos com eles, e com a maioria das crianças que apresentam outras necessidades educacionais especiais, podendo ser estendido a todas as crianças, pois diariamente nos deparamos com crianças que se negam a ir á escola, principalmente no início do ano, devido ao necessário período de adaptação pelo qual todos passam. No entanto passado este momento as crianças passam a adorar a escola, e todas as vezes que voltam a se negar ou a chorar “as luzes amarelas devem ser acesas” como um alerta a nossa prática em sala, a nossa conduta, ou conduta de outros funcionários da escola, bem como ao tipo de conhecimento que estamos desenvolvendo e principalmente de que maneira, pois a recusa pode ter sido originada devida experiências pouco significativas e interessantes na escola, e a criança não sabendo ainda a “arte de fingir” só conseguem, como Edmar, se negar a prosseguir. Diante da negativa de qualquer criança devemos, assim como a Fundação Síndrome de Down, do texto, buscar caminhos, soluções e adequações, ao invés de simplesmente optarmos por EXCLUIR!
Enfim, o texto de Rubem Alves claramente nos fala da Síndrome de Down, e da peculiar condição dos indivíduos que tem esta síndrome, no entanto o texto nos trás também a questão das adequações que devem ser feitas para que estes indivíduos sejam incluídos de forma efetiva em nossas escolas e sociedade. Desta forma a palavra adequação, talvez, seja o principal verbo a ser colocado em ação para que a Inclusão ocorra verdadeiramente.
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